sábado, 19 de novembro de 2011

Esquecer depois.


A gente fica se perguntando, o motivo de não ir, e tirar tudo a limpo, o motivo de não ir, e derrubar essa porta que nos separa, olhar nos olhos, e deixar que eles respondam sozinhos, se existe amor.
 A gente sempre se pergunta, o motivo de reprimir, de não sair gritando, que não esqueceu, e que não consegue ver a menor graça em esquecer. O sentimento se infiltra, exala dos poros, fica tão escrito, que não tem como negar, fugimos dele como um louco desesperado, mas ele nos persegue.
 Não sei mais o que fazer, para não te esquecer, e me sentir bem com isso. Vou ter que te esquecer, não tem jeito.

Naiara

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Na mesa.


Num bar,
Quando tenho
Essa sensação,
Entendo todos
Os motivos,
Que levam
As pessoas,
Para o fundo de uma cadeira,
Tentando se afogar
Em um copo.

                                Naiara

Madrugada

  Era uma madrugada meio fria, meio quente, a que o destino designou para ser a nossa. Num bar, em lugar nenhum, era o que estava aberto, eu pedi alguma vodka, e acho que você me acompanhou.
 Bebemos, conversamos, divertimos-nos com o primo, que tomou o lugar do cantor, ele cantava alegre, a canção da embriagues, depois do Uísque, te pedi para não me deixar mais beber... Eu queria estar lúcida, para quando chegasse a hora de me perder em teus braços. Saímos, procurando um lugar para tornar reais nossas fantasias.

  A noite, parecia uma menina maliciosa, passou correndo sedutoramente, quando percebemos, a aurora já bronzeava o horizonte, e os corpos ofegantes, sussurravam luxurias, fazíamos de conta que a madrugada ainda estava pintada de negro. Embrulhamos-nos com beijos, nos aquecemos nos abraços, falamos em gemidos.
Tornamo-nos um, e era uma madrugada comum, mas era a nossa madrugada, eram os nossos olhares que se queimavam, eram os nossos sorrisos que conversavam, era a nossa ansiedade que comandava o carro, o destino, era um lugar apenas.

                                   Naiara

Dela...

  Ela vinha toda maluca, com aquelas perninhas saltitantes por cima da cama, e acordava todos da vizinhança, com seu sorriso alto. Ela me dava aquele beijo doce, pendurava a bolsa colorida no cabide das roupas, sempre no mesmo lugar errado.
 Ela tinha a chave da casa, ela sabia de tudo, ela invadia todos os lugares aonde chegava, e todo mundo amava seu jeito. Aqueles olhos contentes, eu sei que naqueles olhos havia um brilho, que faiscava quando ela passava pela porta e me acordava, enchendo o quarto de beijos e carinho.

 Ela entrava, e já ia tirando os sapatinhos, deixando-os pelo meio da sala. Tirava o casaco, jogava-o no sofá, e sempre parava contemplando-se no espelho, mexia nos longos cabelos negros, escondia a alça do sutiã que sempre ficava a mostra, em suas camisetas, limpava o lápis preto borrado, apertava as bochechas, então me flertava, com aqueles seus olhos de lince.
 Durante esse ritual, eu ficava na porta do quarto, sempre a espreita com olhos curiosos, ela era linda, e eu sei que nunca foi preciso nenhum ritual para deixá-la como era, mas ela sempre o fazia, com uma religiosidade natural. Ela me olhava, com o sorriso de canto de boca, que apenas eu sei como era lindo. Abraçava-me, doce e sorrateira, como um gato com fome...
 Ah, aquele abraço, quanta doçura havia naquele abraço... Ela suspirava, sussurrava em meus ouvidos, e eu era dela, apenas dela, eu era seu refém, mãos atadas, olhos vendados, despido de tudo. Ela nunca se deixou ser minha, mas eu... Ah, eu sempre fui dela! Eu, meu cachorro, minha casa, meu jardim, minhas roupas, ela vestia minhas roupas, quando ficava aqui.
Ela tinha tudo, no momento que seus lábios tocavam os meus. Seu perfume ficava em todas as minhas roupas, ela era a liberdade em movimento, a constante inconstância, ela era a doçura, tinha o cuidado. Ela sabia me fazer feliz, com todas as possíveis maneiras que se possa catalogar.
 Ela me encurralava na cozinha, me enchia de trigo, e acabávamos pedindo comida pelo telefone. Ela tinha os olhos cor de céu, o sorriso cor de mar, a pele, cor de anjo, a felicidade cor de paz. Ela, meus vizinhos, meus pais, ate meu gato, sabia que eu era dela, que eu era refém daquelas mãos delicadas.
 Existia apenas uma coisa minha que não era dela, esses eram meus sonhos, eles eram ela. Eram tê-la para sempre, morando na minha casa, acordando ao meu lado, assistindo TV, com o pote de sorvete de chocolate, no colo. Meu sonho, tirou-a de mim.

                                                     Naiara

Café

Estantes, livros, instantes e flores... Eis o que está passando na minha cabeça agora, vários sorrisos, olhares, saudades, paisagens, passagens...  A causa de tudo, você! E aqui, apenas um rastro do que algum dia, foram belos e delicados sonhos.

 Um rastro de que um dia fui doce... Delicada, e... Tua!Quem poderia dizer, já fui de alguém. E as palavras se enrolam em minha cabeça enquanto escrevo, se perdem, se esvaem. Todas as letras embaralhadas, formando uma tormenta de sensações e cores. Cores que colorem meu quarto, de acordo com cada sensação maravilhosa que passei com você.
 Nem sei o motivo de estar falando isso. Já acabou a brincadeira, o jogo terminou, você foi embora, e ganhou tudo, levou minha bagagem toda arranhada, e era tudo o que eu não tinha. Você levou meu sentimento escondido e quebrados, rabiscou na minha testa que eu iria te perder, e apenas eu não vi. Você sabia, mas não disse, aquela era a nossa despedida de verdade.
 Eu nunca mais acordaria com você sussurrando em meus ouvidos, palavras suaves, pedindo pra eu fazer café, e eu nunca mais me aqueceria manhosamente, em seus braços. Nunca mais veria seu sorriso arteiro, nem te daria beijos ouvindo as musicas do seu celular.
 Mas mesmo sem querer, te carrego comigo.

                                           Naiara

Tardes...


Eu quero a mesma coisa que todo mundo quer, alguém pra abraçar pela manhã, um riso aquecendo as orelhas, acompanhado de um abraço, arrepio na pele, com direito a cócegas na nuca, brincadeiras em baixo do lençol.
Felicidade, misturada com amor.  Movendo o dia com brincadeiras na cozinha, guerra de travesseiros, abraços de surpresa, a poesia dos sorrisos tomando conta da casa, pipoca com filme, qualquer filme, ele não importa. Importa o braço que te abraça, e brinca com teu cabelo... O olhar de quem ama estar onde está, isso que importa, pois isso que vale a pena.

                                 Naiara

Receita


Talvez, a felicidade seja parar de procurar coisas/pessoas impossíveis,
E começar a olhar pra quem esta do lado, de verdade.
Calado, cuidadoso, presente, atento...
Vou dar uma chance, não pra você.
Mas, pra eu ser feliz.

                  Naiara